MÃE DE QUATRO MENINAS
MENINAS PESAM ENTRE 695G E 990G CADA E PERMANECEM EM UTI NEONATAL.
DONA DE CASA CONTOU QUE NÃO FEZ NENHUM TRATAMENTO PARA ENGRAVIDAR.
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"Foi um susto na hora que descobri que eu estava grávida de quatro crianças. Fui para o serviço da minha mãe chorando e ela me disse que era uma benção de Deus", conta a dona de casa Miriam Cristina de Lima Lopes, de 31 anos, que deu à luz quadrigêmeas, no Hospital da Mulher - Caism, da Unicamp, em Campinas (SP). As bebês Raquel, Milena, Beatriz e Sara nasceram na terça-feira (23) aos sete meses de gestação e pesam entre 695g e 990g cada.
A dona de casa, que já tem uma filha de 2 anos, conta que ficou muito assustada porque a gestação não foi planejada. "Eu não planejei essa gravidez, eu ia começar a trabalhar. Não teve nada programado, nem inseminação artificial, eu tava tomando até anticoncepcional", destaca.
O medicamento teve o efeito cortado quando ela tomou o antibiótico Cefalexina por causa de uma inflamação na garganta, segundo o marido Stefan Henrique Lopes. "O médico mandou tomar por 14 dias. Aonde a gente mora é precário, não recebemos uma orientação. Nunca tinha ouvido falar sobre essa possibilidade", conta. Em entrevista ao programa Bem-Estar, o médico ginecologista Nilson Roberto de Melo disse que isso realmente pode acontecer.
Miriam fazia uso de um contraceptivo injetável, aplicado uma vez a cada três meses, segundo o marido. Quando ela descobriu a gestação, os bebês já estavam sendo gerados há um mês. "Eu fui com ela pra fazer o exame pra começar a trabalhar junto comigo, na mesma empresa. Ela fez o exame admissional e ele mostrou que ela estava grávida", lembra Lopes.
Quatro bebês
No entanto, segundo Miriam, não foi fácil descobrir que Eram quatro bebês, isso só aconteceu no quarto mês. "Primeiro, a médica achava que eram dois, depois o médico falou que eram três. Depois, a médica disse que tinha uma coisa estranha e que eu não ia acreditar que eram quatro. Naquele dia até passei mal mesmo", lembra.
Devido à complexidade da gravidez, a dona de casa precisou ficar praticamente todo o período em repouso. "Ficava na cama o tempo todo, só levantava para ir ao banheiro. Eu tava ficando muito inchada e aí o médico mandou ficar de repouso. Meu marido ficou me ajudando em tudo", ressalta.
"Do lado da minha mãe tem uma tia que tem gêmeos, do lado do meu marido tem o pai dele e o tio dele que é gêmeo e do lado da mãe dele tem também", explica.
Casos de gêmeos
Entretanto, segundo Miriam, casos de gêmeos não são novidade na família. Tanto na dela quanto na do marido há registros.
Entretanto, segundo Miriam, casos de gêmeos não são novidade na família. Tanto na dela quanto na do marido há registros.
Mãe observa um de seus quatro bebês no Caism, em Campinas (Foto: Reprodução/EPTV) |
Cinco mulheres em casa
O marido de Miriam, apesar de estar desempregado, afirma que está tranquilo com a chegada das quatro bebês e conta que a família, que mora em Pedreira (SP), recebeu muitas doações. Eles vivem em uma casa alugada de três cômodos.
"Eu não assustei tanto. Mas, na hora que vi as quatro eu fiquei até meio bobiado. Comigo não tem isso, onde comem três comem cinco. A gravidez foi de risco, precisei sair do serviço para cuidar dela, porque precisava ajudar fazer as coisas da casa e cuidava da minha menina, a Andreia", conta.
Segundo Lopes, o que vai ser difícil mesmo é ser o único homem da casa. "Quando tiver todo mundo na TPM, vou ter que sair correndo", brinca.
Ele precisou parar de trabalhar para cuidar da esposa durante a gestação de risco, mas já está à procura de um novo emprego, só que no único turno que sobrou. "Agora, eu vou ter que procurar um serviço pra trabalhar à noite, pra poder ajudar a cuidar dos bebês durante o dia", diz.
Parto complexo
O hospital informou que este tipo de parto não é comum. No Caism, em 30 anos, foram quatro apenas. Por isso, foi preciso montar quatro equipes com médicos e enfermeiros para a realização da cesariana.
Segundo o diretor de neonatalogia do Caism, Sérgio Marba, para receber as quatro meninas foi preciso transferir bebês da UTI para outras unidades. "A gente já estava com a unidade bastante lotada, então tivemos que fazer transferência de algumas crianças para outras unidades de menor risco para dar atendimento", explica.
Segundo o diretor, tanto mãe quanto bebês passam bem e devem ter alta entre 60 e 90 dias. "Eles nasceram bem, tiveram que passar por uma reanimação neonatal, porque nasceram com uma dificuldade respiratória, todos tiveram que ser ventilados com aparelhos. Agora estão estáveis, dois já estão sem máquina para respirar", destaca.
Marba afirma ainda que as crianças são tão pequenas que cabem na palma da mão. "Eles são bem pequeninos, cabem na mão. Eles só podem tomar um 1ml de leite a cada quatro horas", revela.
Família grande
Miriam conta que está muito feliz com a chegada de mais quatro integrantes na família, mas que não planeja ter mais filhos. "Antes, eu pensava em ter outro filho bem mais para frente, porque minha filha vale por 15 ou 30 crianças. Mas, agora nem pensar em ter mais um porque o médico disse que se eu engravidar eu tenho risco de ter mais quatro. Não vejo a hora de ir para a casa com as meninas", finaliza.
Bebê prematuro está na UTI neonatal do Caism, em Campinas (Foto: Reprodução/EPTV) |
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