domingo, 11 de outubro de 2015

"Elas sabiam", diz acusado de infectar mulheres com HIV


Renato Peixoto Leal Filho, de 43 anos, é acusado tentar transmitir o vírus HIV intencionalmente - Foto: Reprodução
O homem que foi indiciado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro pela suspeita de transmitir intencionalmente o vírus HIV para mulheres, Renato Peixoto Leal Filho, de 43 anos, afirmou que suas ex-companheiras sabiam que ele era soropositivo. A informação foi dada ao jornal Extra, neste sábado, 10.

Segundo informações divulgadas pelo jornal, as investigações começaram no final de agosto, quando duas mulheres denunciaram o caso.
Ele admitiu ser soropositivo e ter transmitido a doença para as suas ex-companheiras, mas negou as acusações. Na denúncia, as supostas vítimas relatam que Renato insistia em ter relações sexuais sem o uso do preservativo e sem aviso sobre sua condição de saúde.

Entenda o caso

"Eu nunca fiz isso (transar sem comunicar ser portador do HIV). E ninguém veio pra mim, falar comigo, que foi contaminada", diz o denunciado.
Ainda segundo o jornal Extra, o acusado deu duas versões diferentes para o ocorrido na mesma conversa, que ocorreu em meia hora. Primeiramente, ele afirmou ter avisado desde o início do relacionamento.  "Quando ela soube, falou que não teria problema transar inclusive sem camisinha, porque queria ser mãe", frisou. O jornal relata que, minutos depois, ele fez um relato semelhante ao que uma das ex-companheiras denunciou para a polícia.
"Ela descobriu aqui em casa, através de exames da minha ex-mulher. Ela descobriu e eu abri o verbo. Até então, eu não tinha comunicado. Expliquei pra ela que, no meu caso, como me trato há muitos anos, o vírus é praticamente... o meu médico é um dos melhores do Brasil, eu mesmo pergunto sempre qual é o risco de pegar caso minha camisinha estoure e eu não perceba, e ele falou que é 99% de chance de não pegar. Isso porque sou um cara que se trata, porque tenho um vírus paralisado, praticamente morto. Ele não está reagindo. Não fico doente há muitos anos", disse ao Extra.
Mulheres
As investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro iniciaram no final de agosto, quando uma das supostas vítimas denunciou Renato. Outra mulher foi até a 16º DP (Barra da Tijuca), e relatou um caso parecido sobre o acusado.
Segundo as mulheres, Renato Peixoto Leal Filho aborda suas vítimas nas redes sociais e marca encontros. Sem informar sobre a doença, insiste para que o sexo seja feito sem o uso do preservativo.
Antes das denúncias serem feitas, uma das mulheres que denunciaram, uma jovem de 23 anos, começou a procurar outras pessoas que se envolveram com ele, para alertá-las. Segundo o jornal Extra, duas delas confirmaram ter mantido relações sexuais com o suspeito sem uso do preservativo e não foram informadas sobre a sua condição. Nenhuma das mulheres chegou a ser contamidada pelo HIV.
As ex-companheiras reuniram áudios com ameaças e vídeos feitos por Renato e entregaram à polícia. "O contágio, nesse caso, é secundário. São pessoas expostas a um risco grave", explicou o delegado Marcus Vinicius Braga, ao jornal carioca.

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