quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Criança vítima de maus tratos em Olinda, passa por cirurgia para tirar larvas da cabeça


Menina foi encontrada com touca, que escondia
feridas (Foto: Divulgação / Conselho Tutelar)

                                     Menina foi encontrada com touca, que escondia feridas (Foto: Divulgação / Conselho Tutelar)

Criança tinha inúmeras feridas e reclamava de
dores (Foto: Divulgação / Conselho Tutelar)

Por: G1 PE
Uma menina de quatro anos de idade passou por cirurgia no Recife, nesta terça-feira (27), para a retirada de larvas de mosca que infestavam a cabeça dela. A mãe da criança, que mora em Olinda, é investigada por maus tratos tanto dela, quanto de outra filha, de seis anos, encontrada pelo Conselho Tutelar do município com uma grande quantidade de piolhos.
"A mãe perdeu a guarda das duas meninas. A mais velha já está em uma casa de acolhimento do município", explica o conselheiro tutelar Anderson Araújo.

A mais nova foi operada no Hospital Maria Lucinda, na Zona Norte da capital pernambucana, onde está acompanhada de uma cuidadora. A unidade de saúde informou que ela foi diagnosticada com "Miíase do Couro Cabeludo, doença produzida pela infestação de larvas de moscas". Após a cirurgia, ela vai passar por tratamento com remédios, e não tem ainda uma previsão de alta.

A denúncia chegou ao Conselho Tutelar na tarde de sábado (24). A menina foi encontrada em casa, na 2ª Etapa de Rio Doce, em Olinda, com uma touca na cabeça. "Encontramos a criança com o cabelo cortado por uma vizinha e usando uma touca. Quando tiramos, ela estava com feridas e tapurus [larvas de mosca] na cabeça. Em três anos como conselheiro, nunca vi algo assim", recorda Araújo.

As duas meninas foram levada para hospitais. A mais velha recebeu tratamento para piolho no Hospital da Restauração, no Recife, e depois foi encaminhada para o abrigo, enquanto a mais nova precisou passar por cirurgia. Segundo o conselheiro, as condições da casa também eram inadequadas, com fios expostos e esgoto próximo.

No domingo (25), a irmã mais nova passou por uma limpeza superficial para a retirada de parte das larvas. “Foram retiradas mais de cem no processo. A gente vê um quadro de negligência total mesmo. Ela sente muita dor e coceira também”, aponta Araújo, destacando que a criança ainda não tinha sido registrada, e por isso não possui certidão de nascimento.

Ouvida pelo Conselho Tutelar e também pela Delegacia da Criança e do Adolescente de Paulista, que investiga o caso, a mãe das meninas alegou que trabalha à noite em um bar e costuma deixar as filhas com vizinhos ou com a avó, de 67 anos. "Essa avó é uma senhora idosa, doente. Não tem condições de olhar as meninas", afirma o conselheiro.

Os vizinhos já foram ouvidos pelo Conselho Tutelar, que vai seguir acompanhando as meninas. A mãe prestou depoimento na segunda-feira (26) à polícia. O caso está sob responsabilidade do delegando Antônio de Campos, que tem 30 dias para concluir o inquérito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário