sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Seca: índice que mede risco de
faltar energia atinge grau máximo

Por causa da estiagem, índice que mede o risco de faltar luz em 2015 nas regiões Sudeste e Centro-Oeste chegou ao máximo tolerado pelo governo.

Por causa da estiagem, um índice que mede o risco de faltar luz no ano que vem, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, chegou ao máximo tolerado pelo governo, mas o início do período de chuvas pode atenuar essa situação. 
Os principais reservatórios do país entraram novembro com pouca água armazenada. Os das regiões Sudeste e Centro-Oeste, responsáveis por 70% da geração de energia do país, estão com 18% da capacidade. Neste mesmo período do ano passado, estavam com 44%. Em 2001, ano do racionamento, no mês de novembro eles estavam com 23%.

A forte estiagem marcou 2014. Desde janeiro, todas as usinas térmicas estão funcionando a toda carga para poupar a água dos reservatórios. Isso aumentou o custo da energia e a conta está sendo paga pelo consumidor.

Os reajustes de preço de energia das casas chegam a 17% no Rio de Janeiro, 35% em São Paulo e até 54% em Roraima.

Para o especialista Cláudio Sales, os descontos na conta de luz concedidos pelo governo em 2012 acabaram não tendo efeito prático. E os aumentos extras na conta de luz vão durar mais tempo porque as térmicas devem continuar ligadas. A expectativa agora são os meses de verão, que devem trazer recordes de consumo de energia, como é comum acontecer em períodos de calor intenso.

“O verão muito quente induz o uso mais intenso de eletricidade, para ar-condicionado, refrigeração de uma maneira geral, fazendo com que o consumo de energia tenha uma pressão de alta, para qual hoje nós temos um desafio muito grande de conseguir suportar”, disse Cláudio Sales, do Instituto Acende Brasil.

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico afirmou nesta quarta-feira (5) que o sistema de abastecimento está equilibrado. Mas elevou o risco de faltar luz no ano que vem de 4,7% para 5%, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. É o índice máximo tolerável.

O Operador Nacional do Sistema voltou a dizer que no momento não há risco de racionamento e que, hoje, o sistema tem mais linhas de transmissão que em 2001, o que permite transferir energia de uma região para outra. E a geração térmica subiu de 3 mil para 20 mil megawatts. O diretor do ONS espera melhora com o início das chuvas.

“A hipótese ‘se não chover’ não existe, até no período seco chove. Tá chovendo agora, choveu em outubro, choveu em setembro, mas período seco chove menos. Quando você olha os 83 anos do histórico, da história que a gente tem de registro. Então, não há nenhuma indicação”, afirmou Hermes Chipp, diretor geral do ONS.

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