segunda-feira, 27 de outubro de 2014

GOVERNO LEGÍTIMO, PORÉM MUITO DIFÍCIL


Com informações do Blog de Inaldo Sampaio -

Definido o novo presidente da República, um futuro nada promissor aguarda a petista Dilma Rousseff cujo governo deverá ser marcado por crises políticas e econômicas, sem contar o escândalo da Petrobrás. Já se sabe, por exemplo, que suas principais promessas de campanha não deverão ser executadas não por falta de vontade e sim pela impossibilidade de inseri-las no Orçamento Geral da União. 

No que diz respeito a Pernambuco, sua vitória aqui no Estado com mais de 70% dos votos válidos foi uma baita derrota para o governador eleito Paulo Câmara e o conjunto da Frente Popular, que entraram com os dois pés na campanha de Aécio como se fosse uma batalha de vida ou morte. O mais grave é que Pernambuco está com suas finanças em frangalhos e nunca dependeu tanto, como agora, da colaboração do governo federal para reequilibrá-las, algo que seguramente não terá, por ter trocado sua histórica aliança com o PT pelo PSDB.

Transferência de votos

Transferência de votos nunca foi uma operação fácil em nenhum estado da federação. O candidato de Dilma, Tarso Genro (PT), perdeu a reeleição no Rio Grande do Sul e o candidato de Aécio, Pimenta da Veiga (PSDB), foi derrotado em Minas Gerais. Já Eduardo Campos, mesmo morto, elegeu o seu candidato em Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), com 68,08% dos votos válidos, a maior vitória proporcional do país. Vivo, talvez não tivesse chegado a tanto.

Ruptura – No cordão dos prefeitos eleitos em 2012 que romperam com os seus antecessores figuram, por enquanto, Vado da Farmácia (Cabo), Marcos José (Abreu e Lima), Luciano Duque (Serra Talhada) e Madalena Brito (Arcoverde). Eles tiveram o apoio de Lula Cabral (PSB), Flávio Gadelha (PMDB), Carlos Evandro (PSB) e Zeca Cavalcanti (PTB), respectivamente.

Troféu – O governador eleito do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB), dedicou sua vitória a três líderes do seu partido com os quais conviveu: Jamil Haddad, Miguel Arraes e Eduardo Campos.

Veneno – A falsa versão de que o doleiro Alberto Yousseff teria sido morto por envenenamento nas dependências da PF chegou a ser veiculada em Pernambuco pelo tucano Bruno Araújo.

Acerto – PTB, PT e PSB farão um “acerto de contas” com seus dissidentes antes do final do ano. Mas Marília Arraes ficará no PSB porque ninguém tem coragem de pedir sua expulsão.

Vitória – Se fosse vivo, Eduardo Campos estaria festejando a vitória dos governadores eleitos Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) e José Ivo Sartori (PMDB-RS) e do reeleito Ricardo Coutinho (PSB-PB), de cujas campanhas participou ativamente até a véspera de sua morte.

Ruptura – Após a posse de Paulo Câmara, o quadro político em Gravatá passará por grandes transformações. O vice Rafael Prequé (PSB) rompeu com o prefeito Bruno Martiniano (PTB), que apoiou Waldemar Borges (PSB) para estadual e Sebastião Oliveira (PR) para federal.

Maioria – Dilma terá um relacionamento difícil com o novo Congresso, onde 28 partidos estarão representados a partir de fevereiro do próximo ano. Para construir uma “governança” amparada em maioria, terá que dá espaço de poder a todos eles na base do “toma-lá-dá-cá”. E não se pense que o “dando que se recebe” é exclusividade do Brasil. É regra vigente no mundo inteiro.

Saldo – O PSB perdeu 50% dos seus governadores em relação a 2010. Há 4 anos conquistou os governos de PE (Eduardo Campos), PB (Ricardo Coutinho), CE (Cid Gomes), PI (Wilson Martins), AP (Camilo Capiberibe) e ES (Renato Casagrande). Manteve Pernambuco e Paraíba, e conquistou o DF. Mas perdeu AP, ES e RR, cujo ex-vice e atual governador, Chico Rodrigues, não se reelegeu.

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